... porque irás ante a face do Senhor, a preparar os seus caminhos; para dar ao seu povo conhecimento da salvação, na remissão dos seus pecados, Graças à entrenhável misericórdia do nosso Deus, pela qual nos há de visitar a aurora lá do alto, Para alumiar aos que jazem nas trevas e na sombra da morte, a fim de dirigir os nossos pés no caminho da paz. Lucas 1: 76-79
TEMPO DE DUPLA HONRA !!!
quarta-feira, 14 de abril de 2010
O que é uma seita?
A primeira dificuldade que enfrentamos quem desejamos estudar um pouco sobre as seitas e os novos movimentos religiosos é precisamente poder definir claramente o que são uns e outros. O tema é tão amplo como confuso e muitas vezes são quase imperceptíveis as diferenças que existem entre eles.
A palavra seita vem do latim secare; que significa sectar, cortar. Também tem se dito que a palavra vem de secedere que significa separar-se. Em ambos os casos sempre está presente a idéia de separação.
Na Europa a palavra seita tem se concebido derivada principalmente de sequi (seguir) e se associa a idéia de seguir um mestre, a um líder. De fato, muitas seitas são assim.
Segundo a definição que nos dá Yves de Gibon no Dicionário das Religiões compilado pelo cardeal Paul Poupard, o termo seita designa um grupo de oposição a doutrina e as estruturas da Igreja e implica também, na maioria das vezes, a idéia de dissidência. Em um sentido mais amplo, se aplica a todo movimento religioso minoritário.
Por sua parte o Secretariado para a União dos Cristãos do Estado do Vaticano em um estudo realizado em 1984 expressa: “por razones práticas como seita se definem “alguns grupos religiosos com uma concepção do mundo específica, derivada de, mas não completamente de acordo com os ensinos das grandes religiões mundiais"
Daqui nasce uma primeira distinção que não devemos esquecer: a origem de cada seita, quer dizer, se nasceram dentro da religião cristã ou se se baseiam em outras religiões. No caso das que surgem dentro do cristianismo, segundo este mesmo documento, o critério para distingüir entre seitas de origem cristã, por uma parte e a Igreja e comunidades eclesiais por outra se deve fundar nas "fontes" de ensino destes grupos.
Assim as seitas poderiam ser aqueles grupos que além da Bíblia tem outros livros "revelados" ou "mensagens proféticas"; que excluem da Bíblia alguns texots proto-canônicos ou mudam radicalmente seu conteúdo.
Com o objetivo de ter um contexto mais amplo consideramos que é conveniente revisar as definições que sobre este tema nos dão três especialistas: o P. Francisco Sampedro Nieto, C.M. Oscar A. Gerometta e o P. Manuel Guerra Gómez.
Para o P. Sampedro em seu livro “Seitas e outras doutrinas na atualidade” seita “é um grupo que está separado da totalidade cristã e que se crê o único possuidor de toda a verdade, se fecha sobre si em torno de líderes, exclui os demais, se consideram salvos e agem de forma proselitista".
Por sua parte Oscar A. Gerometta em “Aproximações…o fenômeno das Seitas” as define como “Grupo humano que se separou de outro pré-existente priorizando uma afirmação parcial sobre a verdade, a seguir um líder particular ou sua doutrina e quem portanto, estão desabilitados para a comunhão".
O P. Manuel Guerra Gómez em seu “Dicionário Enciclopédico das Seitas" diz: “Uma seita é a chave existencial, teórica e prática dos que pertencem a um grupo autônomo, não cristão, fanaticamente proselitista, exaltador do esforço pessoal e da expectativa de uma mudança maravilhosa, coletiva - da humanidade - do indivíduo ou do homem em uma espécie de super-homem".
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