TEMPO DE DUPLA HONRA !!!

TEMPO DE DUPLA HONRA !!!

terça-feira, 18 de setembro de 2012


A CHAMA NÃO PODE APAGAR !
                                    



terça-feira, 11 de setembro de 2012

A NATUREZA DE DEUS






Estamos preparads agora a descobrir pelas Escrituras o modo do ser de Deus.


I. A NATUREZA DE DEUS


Duas expressões bastarão para indicarem a natureza de Deus.


1. DEUS É UM ESPÍRITO.



Temos estas palavras exatas da boca de Jesus em João 4:24. Este estatuído significa que Deus é puro, inteiro e unicamente um espírito. Um espírito pode habitar um corpo, mas um espírito puro não tem e não habita um corpo; pois Jesus disse outra vez depois da ressurreição: "Um espírito não tem carne e ossos como vós vedes que eu tenho" (Lucas 24:39). Conseqüentemente, nunca se diz de o homem ser um espírito enquanto habita o corpo. Diz-se que ele possui um espírito, mas, quando sua natureza mista se descreve, diz-se ser ele uma "alma vivente" (Gênesis 2:7; 1 Coríntios 15:45) antes que um espírito.



Também sabemos que Deus é um espírito puro, não possuindo ou habitando um corpo, por causa da Sua invisibilidade (Colossenses 1:15; 1 Timóteo 1:17; Hebreus 11:27) e por causa de Sua onipresença.



Isto nos traz a considerarmos aquelas passagens da Escritura que atribuem a Deus partescorporais tais como olhos e ouvidos, mãos e pés. Em vista do que já se disse, claro é que estas passagens se tomem num sentido figurado e simbólico. Semelhantes representações são conhecidas teologicamente como antropomorfismos.


Robert Young, autor de "Analytical Concordance to the Biblie", diz: "Sentimentos, ações e partes humanas se atribuem a Deus, não que elas estejam realmente n?Ele, mas porque tais efeitos procedem d?Ele como iguais àqueles que fluem de tais coisas nos homens".



Doutro lado, há outras passagens que são explicadas por A. H. Strong como segue: "Quando de Deus se diz como aparecendo aos patriarcas e andando com eles, as passagens são para ser explicadas como se referindo a manifestações temporárias dEle mesmo em forma humana, manifestações que prefiguram o tabernáculo final do Filho de Deus em carne humana" (Systematic Theology, pág. 120).



personalidade de Deus está envolvida na Sua espiritualidade e portanto não é tratada como uma característica separada.



2. DEUS É UM.



Por este estatuído pensamos afirmar Sua unidade em toda a plenitude desse termo. Queremos dizer que há um só Deus e também queremos dizer que a Sua essência é homogênea, individida e indivisível.



Que há um só Deus, está ensinado em Deuteronômio 6:4; Isaías 44:6; João 17:3; I Coríntios 8:4; I Timóteo 1:17; 2:5. E é irracional, ainda mais, assumir a existência de uma pluralidade de deuses, quando um só explica todos os fatos. Também as passagens que representam Deus como infinito e perfeito (Cf. Salmos 145:3; Jó 11:7-9; Mateus 5:47-48) e provas indiretas de Sua unidade; porquanto infinidade e perfeição absolutas são possíveis a um só. Dois seres semelhantes não podiam existir, pois um limitaria o outro.



Que a essência de Deus é homogênea, individida e indivisível, é uma inferência necessária do fato que Deus é um espírito puro. Tudo quanto sabemos do espírito nos compele a crer que sua essência é simples e não composta.



J. P. Boyce dá as três seguintes razões para afirmar-se a unidade de Deus no sentido em que a estamos agora discutindo:


"1. Porque a composição (ou um por junto) envolve a possibilidade de separação, o que envolveria a destrutibilidade e mutabilidade, cada qual inconsistente com a perfeição absoluta e a existência necessária.



"2. A composição envolve um tempo de existência separada das partes componentes". Isto necessitaria de um tempo em que as partes existiram separadamente e, portanto, de um tempo em que Deus não existiu, ou "quando Ele existiu imperfeitamente, não tendo ainda recebido para Sua natureza essencial as adições feitas subseqüentemente, o que tudo é inconsistente com a perfeição absoluta e a essência necessária.



"3. Se as partes foram compostas, foram feitas por alguma força de fora, ou tem sido um crescimento em Sua natureza". E ambas essas idéias são inconsistentes com a perfeição absoluta e a existência necessária.



Todavia, a unidade de Deus não impede Sua trindade e Sua trindade não está de modo algum em discrepância com a Sua unidade. A trindade, como veremos mais claramente depois, consiste de três distinções eternas no mesmo ser e na mesma pura essência, distinções que nos são apresentadas sob a figura de pessoas.


II. OS ATRIBUTOS DE DEUS



"O termo "atributo", diz J. M. Pendleton, "na sua aplicação a pessoa ou coisas, significa algo pertencente a pessoas ou coisas. Os atributos de uma coisa são tão essenciais a ela que sem eles ela não podia ser o que é; o que é igualmente verdade dos atributos de uma pessoa. Se um homem fosse despido dos atributos que lhe pertencem, ele cessaria de ser um homem, pois esses atributos são inerentes naquilo que o constitui um ser humano. Se transferirmos estas idéias a Deus, acharemos que os Seus atributos lhe pertencem inalienávelmente e, portanto, o que Ele é deve ter sido sempre. Os seus atributos são suas perfeições, inseparáveis de Sua natureza e constituindo o Seu caráter" (Christian Doctrines, pág. 42).



J. P. Boyce diz: "Os atributos de Deus são aquelas particularidades que marcam ou definem o modo de Sua existência, ou que constituem o Seu caráter. Não são separados ou separáveis de Sua essência ou natureza e contudo não são essa essência, mas simplesmente fundamento ou causa de sua existência nela, e são ao mesmo tempo as particularidades que constituem o modo e o caráter do Seu ser" (Abstract of Systematic Theology, pág. 65).


"Os atributos de Deus", segundo definição de A. H. Strong "são aqueles característicos distinguintes da natureza divina inseparáveis da idéia de Deus e que constituem a base e o fundamento para Suas várias manifestações às Suas criaturas. Chamamo-los atributos, porque somos compelidos atribuí-los a Deus como qualidades ou poderes fundamentais do Seu ser, para podermos dar conta racional de certos fatos constantes nas auto-revelação de Deus" (Systematic Theology, pág. 115).



É comum dividir-se os atributos de Deus em duas classes. Isto ajuda tanto à memória como ao entendimento. A estas divisões deram-se vários pares de nomes, tais como comunicável e incomunicável; imanente e transiente; positivo e negativo; natural e moral; absoluto e relativo. Estas duas últimas classificações foram adotadas nestes estudos.


1. ATRIBUTOS ABSOLUTOS.


Os atributos absolutos de Deus são aqueles que dizem respeito ao Seu Ser independente de Sua aliança com qualquer outra coisa.



(1) Auto-existência.


O ser de Deus é inderivado. Sua existência é auto-causada. Sua existência é independente de tudo o mais. A auto-existência de Deus está implicada em o nome "Jeová", que quer dizer "o existente" e também na expressão "Eu sou o que sou" (Êxodo 3:14), que significa que SER é a natureza de Deus.


A eternidade de Deus, que figura na segunda classe de atributos, também implica sua auto-existência. Se Deus existiu para sempre, então Sua existência é uma auto-existência necessária, inderivada, autocausada. Auto-existência é um mistério que é incompreensível ao homem; todavia, uma negação dela envolveria a nós outros num maior mistério. Se não existe no universo alguma pessoa auto-existente, então a ordem presente de coisas veio a existir do nada, sem causa ou criador. Elas não podiam ter sido o produto de mera energia, porquanto a energia é a propriedade tanto da matéria como da vida. E desde que a ciência provou que a matéria não é eterna, cabe-nos assumir uma pessoa eterna e portanto auto-existente como explicação da presente ordem de coisas.



(2) Imutabilidade.



Notai as seguintes afirmações:



"Por imutabilidade definimos a Deus como imutável na Sua natureza e nos Seus propósitos" (E. Y. Mullins, The Christian Religion in its Doctrinal Expression, págs. 223, 224).



"Por imutabilidade de Deus defini-se que Ele é incapaz de mudar, tanto na duração da vida, como em a natureza, no caráter, na vontade ou felicidade. Em nenhuma destas, nem em nenhum outro respeito, há qualquer possibilidade de mudança" (J. P. Boyce, Abstract of Systematic Theology, pág. 73).


A imutabilidade está implicada em infinidade e perfeição. Qualquer mudança, quer para melhor, quer para pior, implica imperfeição e finidade tanto antes como depois.


As principais passagens que ensinam a imutabilidade geral de Deus são Salmos 102:27; Malaquias 3:6; Tiago 1:17.



As seguintes passagens ensinam especificamente a imutabilidade da vontade de Deus: Números 23:19; I Samuel 15:29; Jó 23:13; Salmos 33:11; Provérbios 19:21; Isaías 46:10; Hebreus 6:17.



As passagens precedentes dão-nos declarações positivas e absolutas. Todas as passagens que representam Deus como se arrependendo, tais como Gênesis 6:6,7; Êxodo 32:14; I Samuel 15:11; Salmos 106:45; Amos 7:3; Jonas 3:10 e as que de qualquer maneira parecem implicar ou sugerir qualquer mudança nos propósitos de Deus, devem ser explicadas à luz delas. Estas últimas contêm antropomorfismos.



Ao comentar Êxodo 32:14, diz A. W. Pink: "Estas palavras não querem dizer que Deus mudou de mente ou alterou Seu propósito, porque Ele é "sem variação ou sombra de mudança" (Tiago 1:17). Nunca houve e nunca haverá a menor ocasião de o Todo-Poderoso efetuar o mais leve desvio do Seu eterno propósito, pois tudo foi a Ele pré-conhecido desde o principio e todos os Seus conselhos foram ordenados por infinita sabedoria. Quando a Escritura fala de Deus arrepender-se, ela emprega uma figura de retórica em que o Altíssimo condescende em falar na nossa linguagem. O que se intenta pela expressão acima é que Jeová respondeu a oração de um mediador típico.



E, sobre tais passagens, diz J. P. Boyce; "Pode ser asseverado que estas são meramente antropomórficas, visando simplesmente a inculcar sobre os homens Sua grande ira pelo pecado e Sua ardente aprovação do arrependimento daqueles que tinham pecado contra Ele. A mudança de conduta no homens, não em Deus, mudará a relação entre eles e Deus. O pecado os fizera suscetíveis do Seu justo desprazer. O arrependimento os trouxera para dentro das possibilidades de Sua misericórdia. Não os tivesse Ele tratado diferentemente, então teria havido uma mudança n?Ele. Sua própria imutabilidade fá-lo necessário que Ele trate diferentemente os que são inocentes e os que são culpados, os que se endurecem contra Ele e os que se viram para Ele por misericórdia com corações arrependidos" (Abstract of Systematic Theology, pág. 76).



Devemos do mesmo modo entender todas as alusões que parece indicarem uma sucessão de emoções em Deus. Todas as emoções em Deus existem lado a lado uma da outra no mesmo momento e assim tem sido desde toda a eternidade. Ele se tem sempre agradado da justiça e desagradado do pecado. E desde toda a eternidade conheceu toda a justiça e todo o pecado. O pecado expõe o homem ao desprazer de Deus. A justiça o sujeita ao prazer de Deus. A passagem do desprazer ao prazer de Deus efetua-se por uma mudança no homem e não em Deus. O sol derrete a cera, mas, se a cera pudesse ser mudada em barro, o sol a endureceria. Representaria isso qualquer mudança que fosse no sol?



A oração não muda Deus: ela muda-nos e as coisas e as circunstâncias com que temos de tratar; mas não muda Deus. Jamais teremos a justa atitude para com Deus enquanto pensarmos que a oração é um meio de alcançarmos de Deus o que Ele não intentou fazer. Muito longe de a oração mudar a vontade de Deus, devemos orar segundo Sua vontade, se esperarmos obter uma resposta. Diz-nos João: "Esta é a confiança que temos nEle, que se pedirmos qualquer coisa segundo Sua vontade, Ele nos ouve" (I João 5:14). É o Espírito Santo que nos faz orar (Romanos 8:15; Gálatas 4:6), e é ao Espírito Santo que devêramos procurar por direção nas coisas que pedimos (Romanos 8:26). A oração, então, é a obra de Deus em nossos corações preparando-nos para o uso mais proveitoso e o desfruto mais grato de Suas bênçãos. É a Sua própria chave com que Ele destranca os diques do rio de Suas bênçãos. Nos sábios conselhos de Deus, antes da fundação do mundo, Ele ordenou a oração como um dos meios de execução da Sua vontade. A oração não muda Deus mais do que a fé do pecador arrependido muda Deus. Um e outro são simplesmente meios na realização do propósito eterno e imutável de Deus.


(3). Santidade.



A santidade de Deus é sua perfeita excelência moral e espiritual. Deus é perfeitamente puro, impoluto e justo em Si mesmo. Santidade é o fundamento de todos os outros atributos morais em Deus. A santidade de Deus tipificou-se nas vestes imaculadas do Sumo Sacerdote quando ele entrou nos Santo dos santo.


Diz R. A. Torrey: "O sistema inteiro mosaico de lavagens; divisões do tabernáculo; divisões do povo em israelitas comuns, levitas, sacerdotes e sumos sacerdotes, a quem se permitiam diferentes graus de aproximação a Deus, sob condições rigorosamente definidas; o insistir sobre sacrifícios como meios necessários de aproximação a Deus; as direções de Deus a Moisés em Êxodo 3:5, a Josué em Josué 5:15, o castigo de Usias em 2 Crônicas 26:16-26, as ordens rigorosas a Israel sobre aproximarem-se do Sinai quando Moisés falava com Deus - tudo visou a ensinar, acentuar e ferretear nas mentes e corações dos israelitas a verdade fundamental que Deus é santo, irrepreensivelmente santo. A verdade que Deus é santo é a verdade fundamental da Bíblia, do Velho e do Novo Testamento, da religião judaica e cristã" (What The Bible Teaches, pág. 37).



As seguintes passagens da Escritura são as principais a declararem a santidade de Deus: Josué 24:19; Salmos 22:3; 99:9; Isaías 5:16; 6:3; João 17:11; 1 Pedro 1:15,16.


A santidade de Deus fá-Lo aborrecer o pecado e, portanto, provoca Sua justiça, a qual consideraremos sob os atributos relativos.


2. ATRIBUTOS RELATIVOS.


Os atributos relativos de Deus são os que se vêem por causa da conexão de Deus com o tempo e a criação.


(1) Eternidade.



Isto quer dizer que Deus não teve princípio e que Ele não pode ter fim. Quer dizer também que Ele de modo algum está limitado ou condicionado pelo tempo. A. H. Strong diz: "Deus não está no tempo. Mais correto é dizer que o tempo está em Deus. Conquanto haja sucessão lógica nos pensamentos de Deus, não há sucessão cronológica" (Systematic Theology, pág. 130).


Deus vê os eventos como tendo lugar no tempo, mas desde toda a eternidade esses eventos têm sido os mesmos para Ele como depois que aconteceram. A eternidade tem sido descrita como segue: "A eternidade não é, como os homens crêem, antes e depois de nós, uma linha sem fim. Não, é um circulo, infinitamente grande, toda a circunferência com a criação aglomerada; Deus reside no centro, contemplando tudo. E, ao passo que nos movemos nesta eterna volta, a porção finita que só vemos, atrás de nós está o passado; o que nos fica adiante chamamos futuro; mas para Ele que reside no centro, igualmente afastado de todo o ponto da circunferência, ambos são iguais, futuro e passado" (Murphy, Scientific Basis, pág. 90).


(2) Onipresença.



Por onipresença de Deus quer dizer-se que Deus está presente no mesmo momento em toda a Sua criação.



A onipresença de Deus está bela e incisivamente declarada no Salmos 139:7-10 e em Jeremias 23:23,24.



Aquelas passagens que falam de Deus como estando presente em lugares especiais são para se entenderem como referindo-se a manifestações especiais e transcendentais de Deus. Assim se fala de Deus como uma habitação no céu, porque é lá que Ele faz a maior manifestação de Sua presença.



(3) Onisciência.


Desde toda a eternidade Deus possuiu todo o conhecimento e sabedoria. João declara que Deus "conhece todas as coisas" (1 João 3:20). A onisciência de Deus pode ser argüida de Sua infinitude. Em toda a parte da Escritura Ele está retratado como um ser infinito. Assim Seu conhecimento deve ser infinito. A onisciência pode ser também argüida da imutabilidade. Se Deus não muda, como a Escritura declara, então Ele deve ter possuído todo conhecimento desde o princípio; doutra sorte Ele estaria aprendendo continuamente e isso por si mesmo constituiria uma mudança nEle e conduziria necessariamente ainda a mais mudanças manifestas.



Mais ainda: a necessidade de onisciência da parte de Deus pode ser vista em Efésios 1:11, a qual diz que Deus "Opera todas as coisas segundo o conselho de Sua própria vontade". Só um ser onisciente podia operar todas as coisas segundo o conselho de sua própria vontade.


(4) Onipotência.



Deus possui todo o poder. Em Gênesis 17:1 Deus declara: "Sou um Deus Todo-poderoso". Este título se aplica a Ele vezes sem conta na Escritura. Significa este título que Ele possui toda potência ou força. Lemos de novo em Mateus 19:26: "Com Deus todas as coisas são possíveis". Muitas outras passagens declaram a onipotência de Deus.



A onipotência de Deus não significa, sem duvida, que Ele pode fazer coisas que são logicamente absurdas ou coisas que são contra a Sua própria vontade. Ele não pode mentir, porque a santidade do Seu caráter obsta a que Ele queira mentir. E Ele não pode criar uma rocha maior do que Ele pode erguer; nem tanto uma força irresistível como um objeto inamovível; nem Ele pode traçar uma linha entre dois pontos mais curta do que uma reta; nem botar duas montanhas adjacentes uma à outra sem criar um vale entre elas. Ele não pode fazer qualquer dessas coisas porque elas não são objetos de poder: são autocontraditórias e logicamente absurdas; violariam as leis de Deus por Ele ordenadas e O fariam atravessar-se a Si mesmo.



(5) Veracidade.


Por veracidade de Deus quer dizer-se Sua veracidade e fidelidade na Sua revelação às suas criaturas e no trato com elas em geral, em particular com o Seu povo redimido.



Algumas das passagens que estabelecem a veracidade de Deus são: João 9:33; Romanos 1:25; 3:4; 1 Coríntios 1:9; 2 Coríntios 1:20; 1 Tessalonicenses 5:24; Tito 1:2; Hebreus 6:18; 1 Pedro 4:19.



(6) Amor.



Usa-se na Bíblia o amor em diferentes sentidos quando atribuídos a Deus nos Seus tratos com Suas criaturas. Algumas vezes refere-se a mera bondade na concessão de benefícios naturais sobre todos os homens (Salmos 145:9; Mateus 18:33; Lucas 6:35; Mateus 5:44,45). O amor redentor de Deus, por outro lado, é soberano, discriminante e particular. Ele diz: "Amei a Jacó e detestei a Esaú" (Romanos 9:13). E de Deus se declara enfaticamente: "Detestas a todos os obradores de iniqüidade" (Salmos 5:5).



(7) Justiça.



A justiça de Deus está ensinada em Gênesis 18:25; Deuteronômio 32:4; Salmos 7:9-12; 18:24; Romanos 2:6.



Foi a justiça de Deus que fez necessário Cristo morrer para que os homens pudessem ser salvos. A justiça de Deus torna impossível Deus deixar que o pecado passe impune. A morte de Cristo tornou possível que Ele fosse justo e contudo justificador de pecadores crentes (Romanos 3:26).



No sacrifício de Jesus cumpriu-se a Escritura que diz: "A misericórdia e a verdade se encontraram, a justiça e a paz se beijaram" (Salmos 85:10).



A salvação dos crentes é um ato de graça para com eles; contudo, é um ato de justiça a Jesus Cristo que morreu em lugar de todos que crêem.



Autor: Thomas Paul Simmons, D.Th.
Digitalização: Daniela Cristina Caetano Pereira dos Santos, 2004
Revisão: Charity D. Gardner e Calvin G Gardner, 05/04
Fonte: 

Por que passamos por lutas?






Passar por lutas é normal e inevitável, sempre passaremos por elas. Outra coisa inevitável é questionar o por quê passamos por lutas ou, por que enfrentamos tantos problemas? Você já questionou o motivo de tantas lutas e provas? Parece que mal saímos de uma situação complicada e já entramos em outras.
Existem dois tipos de lutas. O primeiro tipo é a conseqüência normal de vivermos num mundo marcado pelo pecado e de nossas escolhas erradas. O segundo tipo é fruto das provas que Deus providencia ou permite para nós. Quando este segundo tipo de luta acontece; ou seja, quando Deus requer que nós passemos por lutas, Ele está querendo:

1) Provar o coração. (v.2, 5-6)

Não existe lugar melhor para se provar o coração de uma pessoa, do que, no momento que enfrenta problemas. Nesta hora sabemos em quem ela confia de verdade, se é madura ou não, se reage com tranqüilidade ou se vai se desesperar. Algumas vezes Deus nos leva a passar por problemas para perceber nossas reações e, saber onde está nosso coração. Se estiver passando por lutas lembre-se: Deus está provando seu coração. Ele quer saber se você tem o coração Nele e nas suas coisas.

2) Ensinar a perseverança. (v.3-4)

As lutas produzem em nós a perseverança. Precisamos de perseverança para correr a carreira cristã e recebermos as promessas de Deus, portanto se você estiver passando por lutas lembre-se que elas vão te fazer mais forte e melhor se você tiver perseverança e assim elas te levarão a alcançar as promessas de Deus. Agradeça a Deus pelas lutas.

3) Nos dar algo melhor. (v. 7-10)

Deus prometeu uma terra melhor para o seu povo se eles fossem fiéis e confiassem no Senhor. Algo melhor é prometido para quem enfrenta e vence as lutas.
Se você passa nas provas da 2° série da escola, conseqüentemente vai para a 3° série. Assim toda vez que saímos vitoriosos de uma luta, crescemos em Deus. Está passando por lutas? Lembre-se que elas podem te fazer crescer, se você vencê-las poderá alcançar coisas maiores.

Conclusão:

Deus nos leva a passar por lutas porque nos ama, e Ele deseja que sejamos melhores a cada dia. Deus prova nossos corações, gera em nós a perseverança através das lutas para nos dar algo melhor ainda. Você entende isso? Deseja vencer suas lutas junto com Jesus e se aproximar ainda mais Dele? Levante a mão, vamos orar.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Jesus se revelando em cada livro da Bíblia.



JESUS SE REVELANDO EM CADA LIVRO DA BÍBLIA


Em Gênesis, Ele é o teu Deus Criador

Em Êxodo, Ele é o teu Redentor

Em Levítico, Ele é o teu Santificador

Em Números, Ele é o teu Guia

Deuteronômio, Ele é o teu Mestre-Professor

Em Josué, Ele é o Poderoso Conquistador por ti

Em Juízes, Ele é Aquele que te dá vitória sobre os inimigos

Em Rute, Ele é teu Parente mais chegado, o teu Amado, e o teu Redentor
                
Em 1 Samuel, Ele é a Raiz de Jessé

Em 2 Samuel, Ele o Filho de Davi

Em 1 e 2 Reis, Ele é o Rei dos Reis e o Senhor dos Senhores

Em 1 e 2 Crônicas, Ele é o teu Intercessor e Sumo Sacerdote

Em Esdras, Ele é o teu Templo, tua casa de adoração

Em Neemias, Ele é tua forte Parede do Muro, protegendo-te de teus inimigos

Em Ester, Ele Aquele que ocupa a brecha para te livrar de teus inimigos

Em Jó, Ele é o Árbitro que não somente entende as tuas lutas mas tem o poder de 
fazer alguma coisa sobre elas

Em Salmos , Ele é a tua Canção - e a tua razão para cantar

Em Provérbios, Ele é a tua Sabedoria, ajudando-te a fazer sentido da vida e a vivê-la com sucesso

Em Eclesiastes, Ele é o teu Propósito, livrando-te da vaidade

Nos Cantares de Salomão, Ele é o teu Amado, a tua Rosa de Sharon

Em Isaías, Ele é o Forte Deus, Conselheiro, Príncipe da Paz, Pai da Eternidade, e mais. Em resumo, Ele é todas as coisas de que precisas

Em Jeremias, Ele é o teu Bálsamo de Gileade, o ungüento para a tua alma interiormente doente

Em Lamentações, Ele é o Sempre Fiel e em Quem tu verdadeiramente podes confiar

Em Ezequiel, Ele é a tua Roda no meio de uma roda -- Aquele que dará vida aos ossos secos e mortos

Em Daniel, Ele é o Ancião de Dias, o Deus Eterno que nunca verá seu tempo acabado

Em Oséias, Ele é o teu Fiel Amado, sempre chamando-te para voltar -- quando tu O tens abandonado

Em Joel, Ele é o teu Refúgio, conservando-te salvo em tempos de dificuldades

Em Amós, Ele é o Lavrador, em Quem tu podes confiar para ficar ao teu lado

Em Obadias, Ele é Senhor do Reino

Em Jonas, Ele é a tua Salvação, trazendo-te de volta para dentro de Sua vontade

Em Miquéias, Ele é o Juiz da Nação

Em Naum, Ele é o teu Deus Zeloso

Em Habacuque, Ele é O Santo

Em Ageu, Ele é o Derrotador dos teus inimigos

Em Zacarias, Ele é o Senhor dos Exércitos

Em Malaquias, Ele é o Misericordioso

Em Mateus, Ele é Rei dos Judeus

Em Marcos, Ele é o perfeito Servo de Deus Pai

Em Lucas, Ele é o perfeito Filho do Homem, sentindo o que você sente

Em João, Ele é O Filho de Deus

Em Atos, Ele é o Salvador do mundo

Em Romanos, Ele é a Justiça de Deus

Em 1 Coríntios, Ele é a Rocha que seguiu Israel

Em 2 Coríntios, Ele é o Triunfador, dando vitória

Em Gálatas, Ele é a tua Liberdade; Ele te salva e te põe em liberdade

Em Efésios, Ele é o Cabeça da Igreja

Em Filipenses, Ele é a tua Alegria

Em Colossenses, Ele é a tua Completude

Em 1 e 2 Tessalonicenses, Ele é a tua Esperança

Em 1 Timóteo, Ele é a tua Fé

Em 2 Timóteo, Ele é a tua Estabilidade

Em Tito, Ele é a Verdade

Em Filemom, Ele é o teu Benfeitor

Em Hebreus, Ele é a tua Perfeição

Em Tiago, Ele é o Poder por trás de tua fé

Em 1 Pedro, Ele é o teu Exemplo

Em 2 Pedro, Ele é a tua Pureza

Em 1 João, Ele é a tua Vida

Em 2 João, Ele é o teu Modelo

Em 3 João, Ele é a tua Motivação

Em Judas, Ele é a Fundação de tua fé

Em Apocalipse, Ele é o teu Rei que está vindo






quinta-feira, 6 de setembro de 2012

A FEITICEIRA DE EN-DOR





DEUS TERIA REALMENTE, PERMITIDO QUE A FEITICEIRA FIZESSE SUBIR SAMUEL ?

FOI REALMENTE, SAMUEL QUEM FALOU COM SAUL ?

A PROFECIA DO SUPOSTO SAMUEL SE CUMPRIU NA INTEGRA ?


 INTRODUÇÃO:

O caso de Saul e a feiticeira de En-Dor, em 1 Samuel 28, tem gerado muita polêmica e muitas especulações. .....Nossa posição é que não foi Samuel quem apareceu para Saul e, sim, houve ali uma manifestação de um outro espírito ou fraude. A seguir analisaremos o caso.

I - Antes do encontro

O motivo que levou esse rei a recorrer à "médium", "mãe de santo", "macumbeira", pessoa que consultava os mortos para resolver o seu problema, é o mesmo motivo que leva hoje milhões de brasileiros a buscarem uma solução para os seus problemas no Espiritismo, apesar de Saul saber que Deus não admitia esse procedimento.

Foi o desespero a causa principal, pois os inimigos de Israel, os filisteus, estavam prestes a atacar os israelitas, e quando viu o acampamento dos seus inimigos, com seu aparato militar, "foi tomado de medo, e muito se estremeceu o seu coração" (versículo 5). Após ter-lhe sido recusada a resposta divina foi que ele então procurou a médium.

Saul estava desesperado, perturbado espiritualmente, porque Deus não lhe respondia de forma alguma, nem por sonhos, nem por Urim, nem por profetas. Em outras palavras, O Senhor não lhe respondeu nem pessoalmente (por sonhos), nem por através dos sacerdotes (Urim) - os responsáveis pela intercessão do povo diante de Deus - e nem pelos profetas, os instrumentos de Deus para revelar sua vontade aos homens.

Antes da morte de Samuel, Saul havia desterrado os médiuns e os advinhos, porém quando Saul procurou a "médium", Samuel já estava morto (1 Samuel 25.1). Deus o rejeitara, pois o Espírito de Deus havia se afastado dele conforme 1 Samuel 16.14.


 II - O encontro com a feiticeira

O capítulo 28 trata da suposta sessão espírita, em que o rei estava desesperado, atormentado, com urgência, porque os filisteus estavam próximos e o rei Saul sabia que era pecado, desobediência a Deus, consultar pessoas envolvidas com feitiçaria, espiritismo e consulta aos mortos, (Êxodo 22:18, 1 Samuel 28:3). Foi como se Saul dissesse: "Se Deus não me responde, então o diabo vai me responder". E ele fez isso. O texto de 1 Samuel 28:7-25, que narra detalhadamente a sessão espírita, foi escrita por uma testemunha ocular, alguém que viu o que se passou naquele "terreiro", (versículos 7,8). Provavelmente, tenha sido um servo de Saul, que o levou lá e acreditava no poder da "mãe de santo" e sabia muito bem onde ela poderia ser encontrada. Portanto provavelmente os fatos da sessão espirita foram registrados por alguém que não era temente a Deus. Assim Saul apelou à médium de En-Dor como o último recurso de um desesperado, em flagrante violação de uma lei divina que ele mesmo anteriormente procurara cumprir.

A própria médium sentiu-se receosa quando descobriu a identidade de Saul, que se apresentara a ela disfarçado. Depois de o rei ter-lhe assegurado que nenhum mal lhe aconteceria, a mulher deu início à sessão, evocando a presença de Samuel a pedido de Saul. É necessário notar que o rei não viu o pretenso Samuel que se manifestou na ocasião (versículo13).


 III - Descrevendo a sessão

Durante a sessão espírita, em momento algum, a Bíblia diz que o rei Saul viu com os seus próprios olhos, o "profeta Samuel", como afirma a Bíblia: "Entendendo Saul que era Samuel..." Quando ele perguntou à mulher: "Que vês?", ela respondeu: "Vejo um deus que sobe da terra" (versículo 13). Insatisfeito com a resposta, ele inquiriu novamente: "Como é a sua figura?", ao que ela respondeu: "vem subindo um ancião, e está envolto numa capa". A narrativa bíblica diz então que "entendendo Saul que era Samuel, inclinou-se com o rosto em terra e se prostrou" (versículo 14) [Ênfase acrescentada] Saul deduziu que o vulto que subia da terra, ao qual ele não via, era o profeta Samuel.


III - Descrevendo a sessão

Durante a sessão espírita, em momento algum, a Bíblia diz que o rei Saul viu com os seus próprios olhos, o "profeta Samuel", como afirma a Bíblia: "Entendendo Saul que era Samuel..." Quando ele perguntou à mulher: "Que vês?", ela respondeu: "Vejo um deus que sobe da terra" (versículo 13). Insatisfeito com a resposta, ele inquiriu novamente: "Como é a sua figura?", ao que ela respondeu: "vem subindo um ancião, e está envolto numa capa". A narrativa bíblica diz então que "entendendo Saul que era Samuel, inclinou-se com o rosto em terra e se prostrou" (versículo 14) [Ênfase acrescentada] Saul deduziu que o vulto que subia da terra, ao qual ele não via, era o profeta Samuel.

Assim como acontece numa sessão espírita, o médium fala como se fosse a própria pessoa falecida, as pessoas não conseguem ver mas somente ouvir a voz do espírito que fala por intermédio do médium. No caso por exemplo de Chico Xavier, ninguém ouve nem vê, mas simplesmente recebe a mensagem psicografada, ou seja, escrita.
Assim como acontece numa sessão espírita, o médium fala como se fosse a própria pessoa falecida, as pessoas não conseguem ver mas somente ouvir a voz do espírito que fala por intermédio do médium. No caso por exemplo de Chico Xavier, ninguém ouve nem vê, mas simplesmente recebe a mensagem psicografada, ou seja, escrita.



 IV - Analisando as profecias de "Samuel"

A profecia do falso Samuel, isto é, o que iria acontecer na vida de Saul foi clara, como se vê no versículo 19: "O SENHOR entregará também a Israel contigo na mão dos filisteus, e amanhã tu e teus filhos estareis comigo; e o acampamento de Israel o Senhor entregará na mão dos filisteus" Essa profecia não se cumpriu na íntegra, conforme passaremos a observar: Saul não foi entregue nas mãos dos filisteus; ele se suicidou (1 Samuel 31:4) e seu corpo foi recolhido do campo de batalha pelos moradores de Jabes-Gileade (1 Samuel 31:11-13).

Também não morreram todos os filhos de Saul - este tinha seis filhos e três deles sobreviveram. Morreram na batalha Jônatas, Abinadabe e Malquisua (2 Samuel 31:8-10; 21:8). Esses fatos tornam essa profecia uma flagrante contradição com o testemunho divino a respeito de Samuel, pois está escrito que "o Senhor era com ele, e nenhuma das sua palavras deixou cair em terra" (1 Samuel 3:19).

É claro, portanto, que não foi Samuel quem se manifestou em En-Dor. Tudo não passou de uma fraude ou de artimanha de um espírito maligno.


 V - Saul e Samuel no mesmo lugar?

O suposto Samuel disse a Saul, "... amanhã tu e teus fihos estareis comigo" (1 Samuel 28.19). Saul ao morrer, não foi para o mesmo lugar onde estava o verdadeiro Samuel, pois este se encontrava no paraíso no Sheol, conforme prometido por Deus em sua Palavra àqueles que o temem (conforme Lucas 16:19-31). Sobre o rei Saul, entretanto, foi pronunciado o juízo divino: na Bíblia encontra-se explicitada a causa de sua morte.

"Assim morreu Saul por causa da sua transgressão cometida contra o Senhor, por causa da palavra do Senhor, a que ele não guardara; e também porque interrogara e consultara uma necromante". 1 Crônicas 10.13.



CONCLUSÃO
 Admitir-se que o profeta Samuel apareceu naquela sessão espírita e conversou com o rei Saul é negar a moral de Deus. Se o Espírito do Senhor se afastara do rei Saul, se Deus não lhe respondera mais, ou seja, Deus não lhe respondia pelos meios legais, e se o profeta Samuel nunca mais o procurou até o dia em que faleceu, (1 Samuel 15:35), será que o nosso Deus permitiria que Samuel falasse com Saul numa sessão espirita proibida por Ele, e através de "mãe de santo", uma "médium"?

A desobediência sempre traz o juízo divino. A consulta aos mortos é proibida por Deus (Dt. 18. 9-12) e qualquer tentativa de se estabelecer contato com eles é desobediência aos preceitos de Deus, e suas trágicas conseqüências não se farão esperar.


Isaías nos adverte: "Quando vos disserem: Consultai os necromantes e os advinhos, que chilreiam e murmuram, acaso não consultará o povo ao seu Deus? A favor dos vivos se consultarão os mortos? À lei e ao testemunho! Se eles não falarem desta maneira, jamais verão a alva!" (Isaías 8:19,20)



ESTUDO BÍBLICO -- SOTERIOLOGIA


SOTERIOLOGIA -- DOUTRINA DA SALVAÇÃO


INTRODUÇÃO


A salvação para o homem não é obra humana, pois a salvação vem de Deus. Isto significa que o homem depende inteiramente de Deus. A salvação se dá pela regeneração e pela renovação do Espírito Santo de Deus, assim o homem é justificado pela graça, mediante a fé, tornando-se herdeiro de Deus e alcançando a vida eterna.
CONCEITO DE SALVAÇÃO

Conceito de Salvação: [o vocábulo Gr. Soteria = cura, remédio, salvação, bem-estar + logia = ensino, estudo, doutrina, etc.]. Então SOTERIOLOGIA significa – estudo sistemático das verdades bíblicas acerca da salvação.
I. A PROVISÃO DA SALVAÇÃO.

As Sagradas Escrituras afirmam que Cristo é tanto o Autor como o Consumador da fé (Hb 12.2).

A designação de Autor refere-se à provisão da salvação mediante Jesus Cristo; e Consumador refere-se à aplicação desta salvação também mediante Cristo.

Vamos analisar as causas da provisão da salvação:


 1. O PECADO DO HOMEM.

Por causa da própria natureza caída, o homem, desde o seu nascimento até a sua morte, está em inimizade com Deus (Sl 51.5; Rm 7. 24).

O pecado é um estado mau da alma ou da personalidade. Desta forma, às escrituras apresenta o homem como um ser totalmente depravado, alienado da glória de Deus e destinado ao castigo divino (Rm 3. 23). Deste modo, por si só, o homem não pode se salvar (Rm 7. 18).

Sob a perspectiva divina, o homem é considerado alguém espiritualmente paralítico, aguardando o estender do braço salvador (Is 59. 16).


2. A GRAÇA DIVINA

No contexto da Doutrina da Salvação, a graça de Deus é abordada sob dois aspectos:

a) Como favor imerecido da parte de Deus, para com todos indistintamente (Jo 3. 16).

b) Como poder restringidor do pecado, operando na reconciliação do homem e sua santificação (Jo 1. 16; Rm 5. 20).

A proporção da graça que o homem recebe depende exclusivamente da sua decisão, independentemente da vontade de Deus, já manifesta. Por esta razão, nos adverte o apóstolo Pedro (vejamos 2 Pe 3. 18).


 II. O ASPECTO DIVINO DA SALVAÇÃO.

A salvação tem seu fundamento em Deus. Perguntas como: “Por que somos salvos” e “Como somos salvos”, só podem encontrar resposta verdadeira em algo fora do homem, em Deus. É este aspecto da salvação que vamos considerar aqui.
1. A PRESCIÊNCIA DE DEUS

“Presciência é o aspecto da onisciência relacionado com o fato de Deus conhecer todos os eventos e possibilidades futuros”.

Este atributo divino não interfere nas decisões do homem, nem do seu livre arbítrio.

As ações do homem não são permitidas ou impedidas simplesmente porque são previamente conhecidas por Deus.

Para uma melhor compreensão do assunto, você poderá ler as seguintes referências bíblicas: At 2.23; 26. 5; Rm 3. 25; 8. 29; 11. 2; 1 Pe 1. 2, 20; 2 Pe 3.17.


2. A ELEIÇÃO DIVINA

Eleição é o ato de eleger, escolha.

É o diploma divino com que é agraciado todo o que recebe a Cristo Jesus como seu único e suficiente salvador (Jo 3. 16).

A eleição subentende que a pessoa, mediante o sacrifício de Cristo, já atendeu a todos os requisitos exigidos pela justiça de Deus quanto ao perdão de seus pecados.


 2.1. CONSIDEARAÇÕES SOBRE A DOUTRINA DA ELEIÇÃO

Na explicação da eleição, é preciso levar em conta as duas verdades bíblicas, que é a da soberania de Deus e a da responsabilidade do homem na salvação.
a) A INICIATIVA DE DEUS NA SALVAÇÃO

Deus é quem toma a iniciativa na salvação das pessoas.

A necessidade desta iniciativa vem do fato do homem estar morto espiritualmente e não poder operar a sua própria salvação (Ef 2. 1-3, 5, 6).

O pecador, sem a graça de Deus (1 Co 2. 14; 2 Co 4. 4; Ef 4. 18). Por isto, Deus toma a iniciativa na salvação do homem.


b) A RESPONSABILIDADE DO HOMEM

Não obstante a eleição, o homem ainda fica livre e responsável por suas decisões (Lc 9. 23; Ap 22. 17).

Deus trabalha no homem. A mente, as emoções, à vontade, a consciência do homem são trabalhadas (e não substituídas) por Deus, através do Espírito Santo e da Palavra, de maneira que o homem possa aceitar, ele mesmo, e com responsabilidade e vontade própria, a oferta de Deus.

No plano geral de Deus, a obra de Cristo visa a todos (Gn 12. 2; Mt 28. 19, 20; 1 Jo 2. 1, 2; Ef 3. 6; Tt 2. 11). Dentro desse plano geral vem a eleição; dentro da eleição está a liberdade e a responsabilidade do indivíduo (Rm 2. 12; Mt 11. 20-24).

A maior dificuldade em entender a eleição está no fator tempo. Daí a freqüência com que surge a seguinte pergunta: “Se a pessoa é eleita antes de lançados os fundamentos da terra, como, pois, a eleição pode ser baseada na fé em Cristo?”. Pedro responde esta pergunta, vejamos (1 Pe 1. 2). Baseado no seu conhecimento quanto à decisão que o crente tomaria, Deus o elegeu, antes mesmo de lançados os fundamentos da terra.


 3. A PREDESTINAÇÃO

A doutrina da predestinação é uma das mais consoladoras doutrinas da Bíblia.

Sua essência repousa no fato de que Deus tem um plano geral e original para o mundo, que seus propósitos jamais serão frustrados.


3.1. DEFINIÇÃO DA PALAVRA “PREDESTINAÇÃO”

“Predestinação” – pré = antes + destinar = destino. Que é destinar com antecipação; escolher desde toda a eternidade, etc. Este termo é do ponto de vista literário.

Do ponto de vista divino, predestinação, segundo se depreende, assume um caráter de profundo significado e de infinito alcance.

Tal expressão vem do grego “proo-rdzo”, que, literalmente, significa “assimilar de antemão”;

A preposição grega “pro” faz essa palavra indicar uma atividade feita de antemão, etc.

Para entender melhor a Doutrina da Predestinação vamos lê João 3.16.

a) A PREDESTINAÇÃO É UNIVERSAL.

Deus, em seu profundo e inigualável amor, predestinou todos os seres humanos à vida eterna (At 17. 30; Jo 3. 17).

Ninguém foi predestinado ao lago de fogo que, conforme bem acentuou Jesus, fora preparado para o diabo e seus anjos (Mt 25. 41).


b) MAS O FATO DE O HOMEM SER PREDESTINADO A VIDA ETERNA NÃO LHE GARANTE A BEM-AVENTURANÇA.

É necessário que o homem creia no evangelho (Rm 1. 16). Somente assim poderá ser havido por eleito (Jo 5. 24; Mc 16. 16; Jo 3. 18-21).


III. O ASPECTO HUMANO DA SALVAÇÃO

Faz-se necessário abordarmos o aspecto humano da salvação.

A salvação é um ato que parte de Deus em favor do homem, e não do homem em favor de Deus. Haja vista a impossibilidade do homem em agradar a Deus por si só houve a necessidade da iniciativa divina em prover a salvação independentemente dos méritos humanos. Porém, existem três atos de responsabilidade do homem, embora nestes também o pecador dependa da graça de Deus para a sua realização. Estes atos são tratados aqui numa ordem que tem sentido apenas lógico, e não cronológico, porque, na verdade, eles se realizam simultaneamente.


1. ARREPENDIMENTO

2.1. EXIGÊNCIA DO ARREPENDIMENTO NA SALVAÇÃO

Arrependimento é o primeiro passo que se requer na salvação. Sem ele não há salvação. Os profetas do antigo testamento pregaram o arrependimento, implícito na idéia da salvação, como uma exigência básica de Deus para o livramento do povo (Dt 30. 10; Jr 8. 6; Ez 18. 30).

Arrependimento foi também o ponto alto na pregação de João, o Batista, como exigência do Reino de Deus (Mt 3. 2; Mc 1. 15).

Jesus seguiu a mesma linha de pregação do precursor, requerendo o arrependimento dos homens para a entrada no Reino de Deus (Mt 4. 17; Lc 13. 3-5).

O mesmo fez os apóstolos (Mc 6. 12; At 2. 38; 3. 19; 20. 21; 26.20). O arrependimento é uma ordem de Deus para todos os homens e em todos os lugares (At 17. 30).

2.2. SIGNIFICADO DE ARREPENDIMENTO

O arrependimento (gr. Metanoia) é essencialmente uma mudança na mente em relação ao pecado e a Deus.

O arrependimento envolve uma completa mudança de pensamento sobre o pecado e a percepção da necessidade de um salvador.


 Esses são os passos que levam o homem ao arrependimento operado por Deus:
a) RECONHECIMENTO DO PECADO (Sl 51. 3,7)

b) TRISTEZA PELO PECADO (Sl 51. 1,2; 2 Co 7. 9,10).

c) ABANDONO DO PECADO (1 Jo3.9).

A pessoa arrependida quer fazer a vontade de Deus. Decide deixar o pecado e seguir a cristo.
2. FÉ EM JESUS CRISTO:

2.1. A EXIGÊNCIA DA FÉ PARA A SALVAÇÃO

Junto com a exigência do arrependimento para a salvação vem a fé em Cristo. A fé é o elemento essencial na salvação cristã. É por meio dela que a graça divina opera em nós. É pela fé em cristo que somos salvos (At 16. 31; Ef 2. 8; Rm 5. 1).

Paulo resume sua exortação aos cristãos da Galácia dizendo que “em Cristo Jesus nem a circuncisão nem a incircuncisão vale coisa alguma; mas sim a fé que opera pelo amor” (Gl 5. 6). A fé é básica no plano redentivo de Deus.


2.2. CONCEITO DE FÉ SALVADORA

A fé salvadora [Do gr. Pistenõ; Do lat. Salvadore] isto é, proveniente da proclamação do evangelho, esta fé leva-nos a receber a Cristo como nosso único e suficiente salvador (Jo 3. 16).

A fé salvadora só há de nascer no coração humano através da pregação do evangelho (Rm 10. 13-17). Sem a mensagem da cruz, não pode haver fé salvadora.


3. CONVERSÃO

3.1. SIGNIFICADO DE CONVERSÃO E SUA RELAÇÃO COM ARREPENDIMENTO E FÉ

Deus requer a conversão dos pecadores para que sejam perdoados e salvos (Is 55. 7; Jr 18. 11; Mt 18. 3; At 3. 19), como também exige arrependimento e fé (At 2. 38; 16. 31).

A conversão está intimamente associada ao arrependimento e a fé, mas destes pode ser distinguida. Num sentido mais geral, conversão inclui o arrependimento e a fé (At 3. 19; At 2. 38; At 16. 31).


 
2.2. NECESSIDADE DA REGENERAÇÃO

Regeneração é uma exigência absoluta para a entrada no Reino de Deus (Jo 3. 3).

A razão disto é que o homem está morto em delitos e pecados (Ef 2. 1), e precisa de uma vivificação de fora para poder viver eternamente (Ef 2. 4-6).

Nessa vivificação o pecador é santificado, e sem esta nova vida moral e espiritual ele não poderia ter comunhão com Deus (Hb 10. 10; 12. 14).

Além disto, o padrão ético-religioso de Jesus para os seus seguidores está muito acima daquilo que o homem natural pode atingir. Ele requer uma justiça acima da “dos escribas e fariseus” (Mt 5. 20); o caráter dos cidadãos do Reino de Deus é muitíssimo elevado (Mt 5 a 7); o alvo de perfeição é o próprio Pai celestial (Mt 5. 48); o amor para com Deus deve ser incondicional (Mt 22. 37s).

Por tudo isto se requer uma nova vida, vinda de Deus para dentro do coração do homem, conforme Ele mesmo prometeu fazer muito tempo antes (Jr 31. 33, 34; Ez 36. 26,27).

2.3. SIGNIFICADO DE REGENERAÇÃO

Regeneração é o ato de Deus pelo qual Ele muda a disposição moral da alma do indivíduo, na união com Cristo, tornando-o moral e espiritualmente semelhante a Cristo. Deste conceito podemos destacar os seguintes aspectos:


 2.3.1 REGENERAÇÃO COMO UM ATO DE DEUS

É Deus quem opera a regeneração, pelo seu Espírito (Jo 1. 13; 3. 5, 6; Tt 3. 5; 1 Pe 1. 3).

O Espírito Santo convence o homem “do pecado, da justiça e do juízo” (Jo 16. 8). Ele purifica e renova o coração e a alma.

A palavra de Deus é o instrumento que o Espírito Santo usa na regeneração (Rm 1. 16; 1 Co 1.21; 1 Ts 2. 13; 1 Pe 1. 23).

O pregador pode semear a palavra e cuidar da semente, mas só Deus dá o crescimento (1 Co 3. 6).

2.3.2 REGENERAÇÃO COMO MUDANÇA NA ALMA

Na regeneração Deus muda a disposição moral dominante da alma do pecador. Romanos 8. 5-7, diz como é a disposição moral dominante de quem não é regenerado:

a) É carnal, isto é, recebe seu impulso dominante da própria natureza humana, no seu estado de depravação ou corrupção, e não do Espírito de Deus.

b) É também mortal, quer dizer, tem em si o germe da morte e conduz pra lá.

c) É ainda inimiga de Deus e insubmissa a lei divina.

As inclinações naturais do não regenerado são, em sua natureza moral, concupiscentes, infames e depravadas (Rm 1. 24, 26, 28).

O homem, por natureza, está morto em delitos e pecados, e como tal é levado como um cadáver por uma tríade infernal: o mundo, o diabo e a carne (Ef 2. 1-3).

Na regeneração, esta situação do homem natural é revertida. A paixão dominante da alma converte-se em amor para com a justiça e ódio para com o pecado (1 Jo 3. 6-9).

Produz-se no crente a imagem moral e espiritual de Cristo (Rm 8. 29; 1 Jo 3.2).

O velho homem morre crucificado com Cristo (Rm 6. 6), e ressurge um novo homem, que se renova para a eternidade (cl 3. 9, 10)


 2.3.3 REGENERAÇÃO E A UNIÃO COM CRISTO

O lugar onde se opera a regeneração é em Cristo (2 Co 5. 17). Nele o velho homem morre e o novo homem é criado (Ef 2. 10).

Esta união é obra do Espírito Santo naquele que crê; com isto ele é unido a Cristo pelo Espírito Santo (Ef 1.13).


2.3.4 REGENERAÇÃO E SEMELHANÇA MORAL COM CRISTO

Nasce no regenerado um novo homem, que segundo Deus foi criado em verdadeira justiça e santidade (Ef 4. 24). Em princípio, o regenerado se torna semelhante a Cristo. Ele não pode mais descansar numa vida de pecado. Por causa da luta ou guerra espiritual do crente com o pecado (Gl 5. 16-17). É disto que nasce o impulso da santificação, como um processo de conformação contínua do crente com a imagem de Cristo (Rm 12. 1-2).
2.4. EFEITOS DA REGENERAÇÃO

A regeneração produz efeitos posicionais, espirituais e práticos.

1) EFEITOS POSICIONAIS

É a condição de filho de Deus por adoção (Jo 1. 12, 13; Rm 8. 16; Gl 4. 6); como filho, o crente é também herdeiro de Deus e co-herdeiro de Cristo (Rm 8. 17), cuja herança fica assegurada no céu (1 Pe 1. 4). Além disto, por ser filho o crente goza do acesso ao Pai Celestial e tem comunhão com Ele (Rm 5. 1ss).
2) OS EFEITOS ESPIRITUAIS

São as virtudes que o crente recebe do Senhor na sua alma (Gl 2. 20). “Ele é fortalecido no Senhor e na força do seu poder” (Ef 6. 10; 3. 16-19).


3) OS EFEITOS PRÁTICOS

Aparecem na vida do crente no dia-a-dia. Ele bu
sca a vida de justiça, santidade, amor e verdade (Ef 4. 22ss). Ele pratica o amor fraternal, serve a Cristo e aos irmãos. Produz as obras que é o fruto da vida em Cristo (Gl 5. 22; Ef 5. 9-11).

3. JUSTIFICAÇÃO

3.1. O LUGAR DA JUSTIFICAÇÃO NA BÍBLIA

A justificação é uma doutrina importante na ordem da salvação, a julgar pela ênfase e importância que a Bíblia dá a ela. É o apóstolo Paulo quem desenvolve e mais enfatiza a doutrina da justificação, especialmente em Romanos e Gálatas (cf. Rm 3. 24, 25, 26; 4. 25; 5. 1,16, 18; 8. 33; Gl 2. 16; 3. 11; At 13. 39). Mas não foi apenas Paulo que falou dessa doutrina. O profeta Isaías já havia se referido a ela como uma obra do Messias, que iria justificar a muitos (Is 53. 11). Jesus Cristo também fez menção à justificação quando disse que o pecador publicano “desceu justificado para a sua casa” (Lc 18. 14).

Portanto, trata-se de uma doutrina bíblica, que foi desenvolvida pelo apóstolo aos gentios, no contexto cultural greco-romano, enfatizando o aspecto judicial da salvação.


3.2. O SIGNIFICADO DE JUSTIFICAÇÃO

Justificação pode ser definida com o ato de Deus declarar o pecador perdoado, livre da condenação, e restaurado ao favor divino. Com base neste conceito, podemos fazer os seguintes destaques relativos à justificação.

3.2.1 O SENTIDO JUDICIAL DE JUSTIFICAÇÃO

Justificação é um ato judicial de Deus. Ela ocorre diante do tribunal divino e não na alma humana do homem, como acontece com a Regeneração.

A justificação significa que o pecador foi julgado em Cristo, está perdoado, é aceito como justo diante de Deus, e fica absolvido da condenação eterna (Jo 5. 24; Rm 8. 1, 33).


 3.2.2 O PERDÃO NA JUSTIFICAÇÃO.

Justificação implica no perdão dos pecados, por isto não há mais condenação (cf. Lc 18. 14; Jo 5. 24; Rm 8. 1). Todos os pecados são tratados na justiça de Cristo, aqueles já cometidos e os que ainda vierem a ser praticados, pois o perdão remove toda a culpa do indivíduo diante do trono de Deus, e garante seu pleno livramento da condenação eterna. A provisão para o perdão dos pecados futuros já fora feita (1 Jo 2. 1,2). Entretanto, o justificado, ao cometer pecado, deverá confessá-lo e apropriar-se do perdão oferecido para não carregar o peso da culpa na sua consciência e sofrer os efeitos disto na sua relação com Deus (cf. Sl 32. 3-5; 51. 1-13).

3.2.3 RESTAURAÇÃO NA PRESENÇA DIVINA

A justificação vai além do perdão e da absolvição; há também um aspecto positivo: uma nova relação com Deus e nova condição de vida. Os justificados são recebidos diante de Deus como filhos amados e alvos de todos os favores da graça divina. A “adoção de filhos”, que é um ato legal e não natural, resulta da justificação (Rm 8. 15, 16). Junto com a adoção vem o direito de herança no reino de Deus (Rm 8. 17; 1 Pe 1. 4) e o recebimento do Espírito Santo (Gl 4. 6; Rm 8. 9ss).

Os justificados recebem “herança entre aqueles que são santificados” (At 26.18). Eles gozam da “paz com Deus”, e têm “acesso” à graça de Deus, e contam com a “esperança da glória de Deus” (Rm 5. 1,2). A justificação traz consigo a reconciliação do indivíduo com Deus e a certeza de salvação (Rm 5. 9, 10). Os favores divinos na justificação incluem também a garantia daquelas coisas futuras que acompanham a salvação: novo corpo, novo céu e nova terra, nova comunhão com Deus (Rm 8. 11, 23, 29, 30).


 1.2.4. O ESFORÇO DO CRENTE

A santificação é uma obra do Espírito de Deus feita em cooperação com o crente. O indivíduo, como ser pessoal, é elemento decisivo na santificação. Ele há de buscar a vontade de Deus na sua palavra, precisa buscar o enchimento do Espírito Santo, deve ser submisso e obediente à palavra de Deus; O crente tem de lutar contra o pecado que ameaça alojar-se em sua vida, precisa deixar o pecado e consagrar-se inteiramente a Deus (cf. Rm 6.11-13; Cl 3. 5ss; Fl 2.12,13; 1 Pe 1. 13-22).
1.2.5. A ORAÇÃO

Elemento também decisivo na santificação da vida cristã é a oração. É pela oração que o crente cultiva sua relação com Aquele que é Santo e que santifica. Oração é o alimento da comunhão pessoal do santificado com o Santificador.

É na oração que se aguça a percepção espiritual, tanto para reconhecer os pecados na vida como para vislumbrar a glória da santidade de Deus. Desse contraste surge o quebrantamento e o arrependimento, que impulsionam a santificação (Is 51. 17; Is 57. 15).

2. GLORIFICAÇÃO

A salvação na vida do indivíduo opera-se em etapas diferentes. Ela tem um começo, um desenvolvimento e uma consumação. No começo da salvação destacamos o arrependimento, a fé, a conversão à união com Cristo, à regeneração e a justificação. Os três últimos são atos exclusivos de Deus na vida de quem se arrepende, crê e se converte a Cristo. No desenvolvimento da salvação temos a santificação. Na consumação, está a glorificação. É na glorificação que o crente pode experimentar a plenitude da salvação. Portanto, a salvação tem um tempo passado, outro presente e outro futuro. O conteúdo maior da experiência da salvação está no futuro (Rm 8. 24; 13. 11; 1 Pe 1. 3-5; 2. 1, 2; 1 Jo 3. 2).


 2.2.4. LIBERTAÇÃO PLENA DO PECADO

Na justificação o crente é libertado da culpa e do castigo do pecado; na regeneração e na santificação a libertação é do poder do pecado na vida; na glorificação a libertação é não só das conseqüências e do poder do pecado, mas também da presença do pecado, e de modo completo. O pecado não mais existirá na alma nem no mundo dos salvos e não mais interferirá na relação com Deus e com o próximo. Os salvos são normalmente perfeitos (Hb 12. 23; 2 Pe 1.4; Ap 21. 27). Uma nova sociedade surgirá dos remidos de Cristo. Desta forma, a salvação estará consumada.

CONCLUSÃO

Portanto, a salvação tem um caráter essencialmente escatológico. As experiências de salvação desfrutadas no tempo presente são apenas indícios e antecipação parcial das bênçãos futuras. A fé e a esperança são agora as virtudes cristãs que ligam o crente do conteúdo escatológico da salvação. O amor é a conseqüência prática da fé e da esperança (Gl 5. 6; 1 Tm 1. 5; 2 Pe 1. 5-7).

Na visão escatológica da salvação, o crente encontra sentido e encorajamento para a sua vida cristã terrena. Sem esta perspectiva, “somos de todos os homens os mais dignos de lástima” (1 Co 15. 19).